Uma aventura em lisboa

A Helena Magalhães autora de Diz-lhe que Não e Raparigas como Nós e fundadora do @hmbookgang marcou um encontro na feira do livro e eu queria muito ir. Falei com o Hugo sobre irmos os três mas ele não podia porque estava de prevenção – se houvesse alguma avaria teria que ir trabalhar, não se podendo afastar mais de 50km de casa. Comecei então a pensar como seria irmos só eu e a Caetana. Confirmei com o Hugo que não se importava, uma vez que a filha também é dele, ao que me respondeu ‘eu importar não me importo mas.. tens mesmo a certeza que queres fazer isso com uma miúda como a Caetana?’

Caetana
Ora a minha única certeza era a de querer muito ir ao encontro! Quando comecei a pensar em tudo o que isso envolvia, nomeadamente viagens longas, sopas e deslocações com uma criança tão pequena e irrequieta imaginei que me iria meter numa autêntica aventura da qual me arrependeria durante os próximos 20 anos. Mas decidi arriscar na mesma, sempre com pensamento positivo.
Do dizer ao fazer vai uma grande distância e a verdade é que quanto mais se aproximava a data de partida, mais nervosa eu me sentia. Tinha medo de me esquecer de algo importante, de me estar a escapar algum pormenor fulcral que deitasse abaixo toda a logística que estava a idealizar.

Questões e soluções que me foram ocorrendo nas duas semanas anteriores:
Questões | Soluções |
Não tenho confiança na minha condução no trânsito lisboeta e não sei como entreter a miúda durante tanto tempo de viagem só as duas e sem que ela se possa sequer levantar. | Vamos de carro até à covilhã, apanhamos o intercidades e, em lisboa, temos transportes públicos para todo o lado. |
Com os carrinhos que temos – um pesado, outro não reclinável, não me consigo orientar sozinha no meio da confusão lisboeta. | Meia dúzia de mensagens e opiniões, carrinho escolhido. Telefonei para a zippy da covilhã: tinham-no em loja e sim, guardavam até ao fim de semana. |
Sopas para 4 dias são 8. Está calor e podem estragar-se/partir pelo caminho ou não durar os 4 dias. | Mensagem à prima: ‘Tens bimby?’ Sim, tem. Ok, bimby + pingo doce ao fundo da rua e se for preciso faço mais sopas num instante. |
Carrinho e mala de rodinhas. Como empurrar tudo? E se a Caetana quiser/precisar de ir ao colo? | Levo a mochila de campismo: tanto vai às costas como no carrinho! |
Caetana quase 4h num comboio. | Não esquecer: livros de histórias, de pintar, de autocolantes. Telemóvel ‘dela’ com jogo de encaixe [é pouco provável ter wi-fi] e o seu nenuco. |
Caetana ‘comportar-se’ [dentro do possível para a idade dela claro] durante o encontro e não fugir nem fazer birras constantes durante o tempo em geral. | Pensamento positivo e seja o que Deus quiser. |
A minha prima ofereceu-se para os seus amigos nos irem buscar ao comboio. Sem cadeirinha não quis arriscar, então ela foi na mesma mas a pé. Ajudou-me a levar as malas até casa empurrando o carrinho com uma das mochilas e levando eu a de campismo às costas [burra que devia ter posto a mais pesada no carrinho mas tive medo que caísse e se partissem as sopas todas]. A Caetana no meio disto tudo? Ia serenamente a dormir e a ressonar ao meu colo, na mochila ergonómica!
Agora que já vos contei o motivo e os receios desta viagem, esperem até ao próximo artigo – que sai já depois de amanhã – para saberem como tudo começou. Foi um começo um pouco atribulado que isto de ter horários para apanhar um comboio com uma criança com menos de 2 anos não é fácil.

Felizmente foram apenas uns dias em lisboa, e não a aventura que temia, Caetana surpreendeu-me bastante a nível de comportamento.
No nosso lugar o que faziam? Arriscavam ou não iam a lado nenhum sem outro adulto?